House of Bubbles, guarda-roupa compartilhado inaugurado em São Paulo (Foto: Divulgação)
Novas formas de consumo de moda começam a ganhar espaço no Brasil. Projetos que estimulam troca, aluguel e compartilhamento de roupas e acessórios, assim como a compra de peças sob medida se tornaram a nova febre entre fashionistas e novos empreendedores. “O hiperconsumo está ultrapassado”, diz Giovanna Nader, do Projeto GAVETA.
De olho nisso, reunimos quatro serviços que você precisa conhecer – e explorar – diante desse novo cenário.
Projeto GAVETA
Sabe quando aquela amiga que tem o guarda-roupa dos sonhos diz não ter nada para vestir? Pois foi diante de uma cena como essa que as amigas Giovanna Nader e Raquel Vitti Lino decidiram criar o Projeto Gaveta, uma rede de troca de roupas e acessórios que acontece anualmente em São Paulo, mas tem planos de expansão.
A iniciativa foi inspirada na cultura dos brechós e das feiras de troca de Barcelona, cidade onde as duas se conheceram. “Diante da ‘reclamação’ da nossa colega, a Raquel sugeriu uma troca entre amigas e foi assim que o projeto surgiu”, conta Giovanna. “A ideia começou a crescer, assim como o número de pessoas interessadas. A primeira edição aberta rolou em 2013.” O próximo está marcado para o dia 28 de novembro, e vai acontecer no MIS (Museu da Imagem e do Som).
Giovanna Nader e Raquel Vitti Lino, do Projeto GAVETA (Foto: Gary Gananian)
Há um mês, 200 pessoas se inscreveram para participar e entregaram nas mãos das idealizadoras 50 peças em perfeito estado, mas que já não usavam mais. Todos os itens foram avaliados e se transformaram em uma “moeda” interna, que será usada para as trocas. O que sobra é doado para instituições de caridade.
“A parte mais interessante do projeto é a curadoria das roupas, que precisam sempre carregar uma informação de moda”, explica. “O GAVETA virou um movimento de moda mais humana, de um estilo mais autêntico, para provar que não necessariamente as pessoas precisam seguir tendência. Estilo é uma forma de expressão.”
O sucesso das primeiras edições motivou as meninas a expandirem o projeto. Neste ano, além das trocas, ele contará com palestras sobre consumismo, barracas de brechós e marcas sustentáveis, workshop de customização, festival de fashion films e exposição de arte. “A nossa intenção é conseguir organizá-lo duas vezes ao ano e realizá-lo em mais uma capital, Belo Horizonte ou Rio de Janeiro.”
Serviço:
MIS (Museu de Imagem e do Som), em São Paulo
Sáb. (28), das 12h às 22h
Daniela Ribeiro e Nathalia Roberto, sócias da House of Bubbles (Foto: Divulgação)
House of Bubbles
Roupateca: é assim que as sócias e consultoras de estilo Daniela Ribeiro e Nathalia Roberto, ao lado do empresário Wolf Menke, definem o projeto recém-inaugurado em São Paulo. Esqueça a ideia de brechó, o espaço localizado em Pinheiros abriga um guarda-roupa compartilhado. “A gente queria algo sustentável e que não estivesse atrelado à venda de peças”, conta Daniela.
O acesso ao acervo construído de maneira colaborativa se dá por meio de uma assinatura mensal. O plano permite tirar uma, três ou seis peças por R$ 100, R$200 e R$300, respectivamente. Cada associado pode ficar com cada item por no máximo dez dias. “Mas se o cliente quiser, ainda pode trocá-lo todos os dias. Nesse caso, um vira 30, três viram 90 e seis viram até 180 peças no mês”, explica. Na hora da entrega, tudo o que for retirado precisa estar lavado e em perfeito estado. Por isso, a casa contempla também uma lavanderia self-service.
A princípio, a House of Bubbles trabalha com um limite de 50 assinantes. Mas a ideia é que esse grupo cresça, a medida que o closet se torne mais numeroso. Por isso, eles abrem espaço também para quem deseja contribuir com a seleção de roupas e para marcas parceiras, como Flavia Aranha, Kimonaria, Reserva e Insecta Shoes. Tudo para atender mulheres e homens dos mais variados tamanhos.
Serviço:
Rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, 61 – Pinheiros
Seg. a sex., das 11h às 20h. Sáb., até às 17h
Na 056, Mônica Canella fez do Instagram a sua vitrine (Foto: Reprodução Instagram)
056
Neste caso, o que está em jogo é a praticidade. Depois de anos à frente de uma loja de roupas, Mônica Canella trocou a vitrine física pelo Instagram, e a sacolinha descartável por uma malinha. Nasceu assim a 056, que faz roupas sob medida e entrega na casa da cliente, sem custo de frete.
“Depois que a cliente identifica a peça que gostou, ela preenche um cadastro no site com o pedido”, explica Monica, que é também responsável pela criação e confecção de cada item. “Em seguida, preparo uma mala não só com aquilo que foi solicitado, mas também com algumas peças extras, que sugerem uma boa combinação.” Quem comprou tem até quatro dias para experimentar os produtos e devolver o que não deseja.
O diferencial fica por conta do atendimento personalizado. O delivery pode ser acompanhado de uma vendedora, que além de dar algumas lições de estilo, marca todos os ajustes necessários para a roupa cair como uma luva. Desta maneira, a empresária garante que consegue trabalhar com menos estoque – sem desperdício – e ajuda as consumidoras a se sentirem mais seguras ao comprar online.
O serviço costuma se concentrar na cidade de São Paulo e região. Encomendas feitas para fora dessa área são entregues via Sedex.
Luiza Nolasco e Elisa Melecchi, fundadoras da BagMe (Foto: Divulgação)
BagMe
Já pensou em ter todo mês uma bolsa de grife diferente para usar? Essa expectativa virou realidade nas mãos das empresárias Luiza Nolasco e Elisa Melecchi, fundadoras da BagMe. Inspiradas no e-commerce norte-americano “Bag, Borrow or Steal”, elas criaram seu próprio brechó online, que tem como diferencial, além da compra e venda, o aluguel de bolsas luxuosas de segunda mão.
Chanel, Louis Vuitton, Prada, Gucci… O acervo é recheado de modelos grifados, sonho de consumo de muitas mulheres. E a locação se divide em três categorias: um final de semana, uma semana e um mês. “Para isso, fazemos um acordo de cobrança online, que nos garante receber o valor da bolsa integral, caso ela não seja entregue dentro do prazo estabelecido”, explica Elisa. “Esse preço total costuma ser 30% menor do que o da loja da marca, já o de aluguel varia entre R$ 70 e R$ 390, que é o caso de uma Chanel clássica.”
A autenticidade das peças é certificada pelas próprias idealizadoras, que se especializaram no assunto para garantir segurança às consumidoras. E a entrega é feita no Brasil todo.
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